Mutirão Agroflorestal em Portugal

O Mutirão Agroflorestal expande sua atuação internacional ao firmar parceria com o Reflorestar Portugal, fortalecendo a agricultura sintrópica e implantando agroflorestas em território lusitano.

Perante o cenário de degradação dos ecossistemas portugueses e a crescente incidência de fogos desastrosos, o Reflorestar Portugal promoveu, em conjunto com seus membros e parceiros Gravito Healing Retreat Centre e Eco-Interventions, o primeiro curso de Agroecologia e Agricultura Sintrópica com a ONG MUTIRÃO AGROFLORESTAL, na região de Pedrógão Grande, com a facilitação de Igor Aveline.

O curso teve como objectivo transmitir os fundamentos da Agroecologia a partir das necessidades locais, aprofundando sobre tecnologias sustentáveis de restauração ambiental com produção agrícola florestal, segundo os princípios e fundamentos da Agricultura Sintrópica, e implantar uma agrofloresta produtiva biodiversa.

“A Agricultura Sintrópica constrói sistemas de produção dinâmicos que combinam o plantio de culturas anuais com árvores frutíferas, florestais e espécies adubadeiras, incrementando a biodiversidade local, melhorando a fertilidade do solo e tornando a produção mais equilibrada e resiliente”, segundo Igor Aveline, facilitador do curso.

O curso foi dividido em partes teóricas e práticas, envolvendo os participantes com o que há de melhor em termos de produção agrícola de alimentos e restauração ambiental, aprendendo a plantar, cuidar e colher de forma orgânica e agroflorestal, entendendo a Agricultura Sintrópica como forma de estar no mundo, promovendo condições propícias para a propagação da vida e o bem viver das futuras gerações.

O Curso foi fruto de um mês de pesquisa exploratória em diversos projetos de foodforest e permacultura em Portugal no sentido de levantamento de espécies funcionais e desenho de sistemas produtivos florestais biodiversos. Vários parceiros do Reflorestar Portugal contribuíram com o curso: Zé Mateus, Karsten Hinrichs, a empresa EcoInterventions (Tobias Wofert e Bruno Gaspar), o Projeto Agroecológico Do Soajo, o Fojo Permaculture e o Núcleo de Agroecologia do Campo do Gerês.

Durante o curso, com metodologias de dinamização de diálogos e co-construção do conhecimento, desenhamos um sistema produtívo segundo o interesse da família agricultora. Útilizamos espécies nativas e naturalizadas diversificando estratos e os ciclos de vida de cada planta.

Útilizamos espécies como Ginko Biloba, Pinheiro Manso, Alfarrobeira (estrato emergente de ciclo longo), Crataegus, Melaleuca, Medronho, Mirtilio (estrato médio/baixo de ciclo médio/longo), Amieiro, Freixo, Chuopu, Platano (estrato emergente de ciclo médio / plantas engenheiras/adubadeiras), pereira, macieira, figueira, sabugueiro (frutíferas/medicinais estratos médios de ciclo longo), Lucia Lima, Gojibery, morango selvagem, Lírio, Alcachofra, Tomilho, Giesta, Tremoço, espinafre selvagem, tanchagem e muitas outras plantas medicinais e alimentícias não convencionais de ciclo curto.

Um agradecimento especial ao Gravito – Healing Retreat Centre, espaço que nos recebeu e se comprometeu em cuidar e expandir o espaço agroflorestal implantado, e à Marina Nobre Zimmerman, organizadora do curso e integrante do Reflorestar Portugal.